Amigo e parceiro de uma geração de grandes nomes que influenciaram fortemente a canção brasileira, Mutinho, lançou no último dia 21, nas plataformas digitais, a música “Ao Que Vai Chegar”. Interpretada em parceria com Toquinho, ela faz parte do novo álbum que estará disponível ao público no dia 15 de setembro, “Casa de Mutinho”, pela gravadora Kuarup.
Produzido a partir de recursos do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (Proac), iniciativa da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, esse disco, com 15 faixas, foi gravado para celebrar a trajetória do baterista e compositor, de 82 anos, considerado uma espécie de memória viva da música popular.
O gaúcho, sobrinho de Lupicínio Rodrigues, que gravou e fez nome com Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Toquinho, Miúcha, Elis Regina, Leny Andrade, terá agora outro time especial interpretando suas composições.
Nem todas são inéditas. Algumas delas estavam no disco ”Casa de Brinquedos”, de 1983, compostas em parceria com Toquinho, só que agora ganharam uma nova cara com Zeca Baleiro (“A bicicleta”), Mundo Aflora (“A bola”), Wandi Doratiotto (“O macaquinho de pilha”), Leopoldina (“A bailarina”). Na parte das inéditas ainda tem mais nomes especiais: Fernanda Takai (“Canção pra Jade”), Lucy Brand (“Jogo da amarelinha”), entre outros.
Colaborando para desvendar e documentar parte da produção autoral de Mutinho, o disco teve direção musical do cantor e compositor Bruno de La Rosa, que assina ainda a inédita “Mar de Isabel”, com o gaúcho e o seu filho Marcio Mutalupi. A produção executiva ficou a cargo de Wagner Amorosino. Ele e Bruno já trabalharam no disco anterior do artista, ”Meu Segredo” (Kuarup, 2017).
A ideia é continuar ”aquecendo” o público. Outros ”aperitivos” já estão previstos para serem divulgados nas seguintes datas:
04/08 – “O macaquinho de pilha”, com Wandi Doratiotto
18/08 – “A bailarina”, com Leopoldina
01/09 – “Esse menino”, com Hélio Ziskind
08/09 – “A bola”, com Mundo Aflora
E para marcar o lançamento deste álbum especial na discografia do músico gaúcho, radicado há muitos anos em São Paulo, um show gratuito, graças aos recursos do Proac, será realizado no dia 16 de setembro, no Teatro Guarany, às 20h30, em Santos. No palco do histórico teatro, ele estará acompanhado de Bruno De La Rosa (violão e direção musical), Silvia Goes (piano), Marcio Mutalupi (baixo) e Nicolo De Caro (bateria).
Sobre o artista:
Nascido em 1941 com o nome de Lupicínio Morais Rodrigues, natural de Porto Alegre, é sobrinho de Lupicínio Rodrigues, e foi naquela cidade que iniciou sua trajetória como músico. Depois, estabeleceu-se em São Paulo, onde, desde 1973, integrou, como baterista, a banda de Toquinho e Vinicius, com os quais começou também uma relação de compositor. Mutinho, normalmente, faz as músicas, e os versos são feitos por seus parceiros.
Depois da morte de Vinicius, Mutinho continuou com Toquinho até 1996. Atualmente, toca todas as noites no Baretto, em São Paulo. Em 2017, Mutinho gravou seu primeiro CD, “Meu segredo”, pela Kuarup, com participações especiais de Toquinho, Miúcha e Georgiana de Moraes.
Mutinho é um compositor cujas obras são conhecidas do público nas vozes de Toquinho e Vinicius, mas nunca havia feito um CD até o ano de 2017. Tem músicas bem populares em parceria com Toquinho, como “O caderno”, “Ao que vai chegar”, “Escravo da alegria”, “Turbilhão”, além de ter feito com ele o projeto “Casa de brinquedos”, que ganhou vários prêmios e ultimamente conseguiu um DVD de ouro. Entretanto, por ser compositor e não intérprete, Mutinho permaneceu na obscuridade, apesar do sucesso de suas canções.
Mutinho tem uma história muito rica na música popular brasileira. Geneticamente, é sobrinho do compositor Lupicínio Rodrigues, pessoa que muito o incentivou na opção de carreira por ele escolhida. Deu-lhe a primeira bateria e o primeiro emprego como músico numa casa de shows que administrava. Em sua juventude, em Porto Alegre, Mutinho conviveu com grandes músicos, tendo, inclusive, uma de suas composições (“Tristeza de carnaval”) gravada por Elis Regina em seu segundo disco.
Era considerado por João Gilberto como “o melhor baterista da bossa nova” e, como citado acima, tinha como um de seus admiradores ninguém menos que Tom Jobim. Quando veio a São Paulo, tocou com muita gente boa: Pery Ribeiro, Leny Andrade, Tânia Maria, entre outros artistas. Além disso, sua convivência com Vinicius de Moraes e Toquinho fez com que estes percebessem seu lado compositor, que teve muitas de suas canções gravadas pela dupla: “Turbilhão”, “Oi lá”, “Meu panamá”, “Até rolar pelo chão”, “Escravo da alegria”. Depois da morte de Vinicius, Toquinho gravaria “Ao que vai chegar”, “Canção pra Mônica”, e faria com Mutinho o projeto “Casa de brinquedos”, que trouxe ao público a imorredoura canção “O caderno”.
Mutinho foi premiado em 2021 pelo Edital ProAc Lei Aldir Blanc 42/2021, Prêmio por Histórico de Realização em Música, cuja contrapartida foi a realização de um show on-line, que pode ser visto através deste link: https://www.youtube.com/watch? v=Mmpn0snLT6c
(Da redação com informações da Assessoria)