Lançado em novembro de 2021, pelo Itaú Cultural e pela Fundação Tide Setubal, com a proposta de agregar informações e refletir sobre a temática ancestral e todos os seus desenvolvimentos, o espaço on-line reúne vasto material e realiza ações para além da plataforma. Atualmente, disponibiliza verbetes de termos e conceitos, informações biográficas e 12 pesquisas que foram selecionadas em edital.
A plataforma Ancestralidades https://www.ancestralidades.org.br completa neste mês um ano no ar. Idealizada e gerida em parceria pelo Itaú Cultural e a Fundação Tide Setubal, chega ao primeiro aniversário com novidades na forma de navegação, amplia a quantidade e especificações de termos e conceitos sobre a ancestralidade brasileira e apresenta ao público alguns dos estudos que vêm sendo trabalhados por pesquisadoras e pesquisadores negros sobre o tema, selecionados em chamada aberta realizada pela iniciativa.
As novidades podem ser conferidas logo na página inicial da plataforma. Agora, a home da Ancestralidades agrega maior número de destaques para os conteúdos que ali se encontram, fazendo o visitante navegar pelo espaço com maior fluidez e dinamismo, seguindo um resumo do que pode encontrar.
Entre as 10 abas que compõem a plataforma, a intitulada Termos e Conceitos reúne grande parte das novidades. Composta dos eixos Democracia e Direitos Humanos, Ciência e Tecnologia, Arte e Cultura e Religiosidade e Espiritualidade, ela passa a contar com novo conjunto de informações sobre a temática espiritual, redigido a partir da perspectiva das nações de candomblé Jeje, Ketu e Angola, e da umbanda.
O desenvolvimento desses verbetes ficou a cargo de uma equipe composta pelo cantor, compositor e pesquisador Nei Lopes; o escritor, professor e historiador Luiz Antônio Simas; a doutora em antropologia e yalorixá Cecília Conceição Moreira Soares; o pesquisador Ricardo Aragão e o professor-doutor em antropologia da religião Luis Nicolau Parés. A plataforma seguirá ampliando o olhar sobre as Espiritualidades, convidando outros especialistas para desenvolverem verbetes com diferentes perspectivas de matrizes afro-brasileiras.
Na aba Manifesto, o visitante acessa, a partir de 28 de novembro, vídeos criados especialmente para o espaço, e que se juntam a um acervo que já reúne gravações com personalidades como a escritora Ana Maria Gonçalves, a filósofa Sueli Carneiro e o músico Tiganá Santana. Neles, convidados como as pesquisadoras e professoras Anna Benite e Cecília Conceição e o professor Ricardo Aragão, além de Nei Lopes, deixam registrado o que significa ancestralidade para eles e qual a importância de abordar o assunto na atualidade.
Olhares acadêmicos
As comemorações pelo primeiro ano de atuação de Ancestralidades trazem, também, para dentro da plataforma, olhares ampliados sobre a temática, desta vez, vindos da academia. São 12 trabalhos contemplados no edital Ancestralidades de Valorização à Pesquisa 2022, realizados por pesquisadoras/es negras/os sobre Ciência, e Tecnologia em perspectiva com os múltiplos saberes afro-brasileiros, que podem ser conferidos na aba Notícias.
Na categoria Tecnologias Ancestrais Afro-brasileiras Aplicadas à Contemporaneidade, foram selecionadas seis pesquisas. Duas delas são da Bahia: Alumiar – Caminhos possíveis no acendimento a partir das ancestralidades, história e saberes da Casa de Farinha e Comunidade do Terreirão – Muniz Ferreira, de Eunice Pita de Oliveira, e Clubes Sociais Negros como Tecnologias Quilombolas: o caso da Associação Satélite Prontidão, de Karla dos Santos Guterres Alves.
Os outros quatro são A tradição entre nós: musicalidade e resistência afrobrasileira (SP), de Fernanda de França Gatto; História Intelectual de Mulheres Negras: um novo território existencial (RJ), de Giovana Xavier da Conceição Côrtes; Cooperativismo, povos de terreiro e desenvolvimento sustentável em Sergipe (SE), de Ilzver de Matos Oliveira; e Afro Paladar: a culinária quilombola de Mato Grosso como patrimônio imaterial (MT), de Jackeline Maria da Silva.
Três projetos, por sua vez, venceram na categoria Desenvolvimento Territorial, Regeneração Ambiental, Ecologia e Revitalização Urbana e Rural. Foram eles, Mulheres quilombolas luta, resistência: a cultura tradicional no Quilombo Peropava (SP), de autoria de Andréia Regina Silva Cabral Libório; Escola cosmorgânica e medicina tradicional afropindorâmica (RJ), de Erica Portilho; e Paisagens Negras: espaço, tempo e relações em Águas Claras-Salvador/BA (BA), de Luar Vieira Santos.
Por fim, em Ética e Justiça Racial nas Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação, três contemplados fecham a lista: Emilly Fátima Ferreira Lima, com Racismo Algorítmico: representação racial e dimensões socioeconômicas em bancos de imagens digitais (DF);
Maria Aparecida Moura, com Ativismo visual e a descolonização do ver: enfrentamentos em torno da vulnerabilidade escópica e da codificação sociotécnica da (in)visibilidade negra (MG); e Paulo Victor Purificação Melo, por Territórios Livres, Tecnologias Livres (BA).
Números e história
A plataforma Ancestralidades foi criada pelo Itaú Cultural e pela Fundação Tide Setubal com a proposta de formar e criar repertórios sobre o assunto, apresenta biografias e trajetórias de personalidades negras e suas histórias, além do registro de marcos históricos desde o início do século XVI e conceitos sobre o tema. Para tanto, conta com um grupo executivo e com um conselho do projeto composto pela escritora Ana Maria Gonçalves, a filósofa Sueli Carneiro e o músico Tiganá Santana.
Atualmente reúne cerca de 140 biografias e trajetórias, mais de 30 marcos históricos e aproximadamente 70 termos e conceitos. Para acessar o material, o internauta navega pelo conceito visual de circularidade da plataforma, que remete às expressões religiosas e culturais negras e afro-brasileiras, no qual a roda, o giro e o círculo são partes importantes tanto estética quanto simbolicamente.
SERVIÇO
Ano 1 da plataforma Ancestralidades
(Com informações da Assessoria)