Exposição de fotografias no Convento das Mercês homenageia Gonçalves Dias

“Aldeias de Ideias” é o nome da exposição da artista plástica mineira, Carmen Thompson, com a curadoria de Carlos Dimuro. A abertura da exposição, com 32 fotografias de tamanhos variados, ocorreu sexta-feira passada, dia 18, na Fundação da Memória República (Convento das Mercês – rua da Palma nº 502, Desterro). O evento faz parte da programação de celebração ao Bicentenário do Nascimento de Gonçalves Dias, promovida pela Academia Maranhense de Letras.

A artista plástica Carmen Thompson habita vários campos do conhecimento, desde a psicanálise até a dança, com energia de sobra para se dedicar ao uso da fotografia expandida ao misturar diversas linguagens em processos criativos, artísticos e estéticos para trazer à tona a causa indígena.

O que significa chamar atenção para o debate sobre a violência praticada contra os povos originários, como invasão, exploração de territórios e extermínio. “Em seu trabalho são criadas aldeias de ideias, onde flechas apontam para a reflexão instigando o espectador a pensar e a reconhecer a importância desses habitantes na construção da sociedade e na formação da cultura brasileira”, ensina o curador Carlos Dimuro.

Na contemporaneidade, a função da fotografia expandida é a produção de imagens que sejam essencialmente perturbadoras. A fotografia expandida é desafiadora, porque subverte os modelos e desarticula as referências. A artista encara o desafio de permanecer diante da volatilidade diária de milhões de imagens itinerantes.

A expansão de suas fotografias é marcada por interferências de traços delineados às tintas acrilex e guache, que realçam rostos de indígenas.  Retratos sobrepostos e ao mesmo tempo em sintonia com o ambiente sistêmico multicolorido exibido, sejam folhas, água, árvores ou onças. Cada elemento atua muito mais do que o “fazer parte” da natureza. Cada ser é a natureza.

A imagem da face do escritor Gonçalves Dias é acompanhada por vários rostos de mulheres, crianças e homens indígenas cantados no seu livro “Primeiros Cantos” (1846), resultado, segundo o próprio autor, da união do sentimento com a ideia e do coração com o entendimento, o que também é uma forma de expressão da fotografia expandida.

A exposição fica aberta ao público até 15 de setembro, de 8h às 17h.

Carmen Thompson é mineira. Frequentou na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage aulas de Orlando Mollica e de Modelo Vivo com Gianguido Bonfanti. No Museu do Ingá cursou gravura sobre metal com José Higino. Dedica-se ao desenho, pintura, escultura, gravura e à fotografia expandida. Sobre Carmen, escreveu Carlos Dimuro: “Impossível estar diante de uma obra da artista plástica Carmen Thompson, e não perceber uma coreografia pertinente à dança. Sua técnica precisa e elegante parece seguir o protocolo rigoroso de uma companhia de balé. Fico imaginando seus pincéis num exercício de alongamento com tintas bailarinas, num multicolorido Pas de deux .Se Degas é conhecido como o pintor das bailarinas, sugiro que chamemos Carmen de a “Bailarina das Artes”.

EXPOSIÇÕES COLETIVAS E INDIVIDUAIS no Brasil e no exterior. Entre outras: BRASIL: participou de diversas exposições em Santa Teresa/RJ, como Arte de Portas Abertas e no Parque das Ruínas; na Universidade Estácio de Sá/RJ; no Centro Cultural dos Correios/RJ e do CREA/RJ; no Clube Militar/RJ; no Museu Histórico Nacional/RJ; na Casa França-Brasil. Na MBLOIS Galeria expôs em 2018, no AVA ART FESTIVAL e, em 2019, na Arte Vida Arte.

EXTERIOR: participou entre outras, de exposições na Basilea/Suíça; Porto e Braga /Portugal; Salon d’Art/Paris; Brasil Arte e movimento, Berlim/Alemanha; New Art Expo”, Pier 94,  New York/ USA, e na ONU , Café com Arte, OUTUBRO ROSA” – W43 SPACE ART – ONU ONU; Los Angeles  Art Show, Los Angeles/USA;  Bela  Print Biennial, Osaka e Meu Brasil, Meu  Japão, Tóquio/Japão; Brasilian Contemporary Art, Helsinki/Finlândia.

Serviço:

O QUÊ: Exposição “Aldeias de Ideias” de Carmen Thompson

ONDE: Fundação da Memória Republicana (Convento das Mercês), rua da Palma, nº 502, Desterro

PERÍODO E HORÁRIO DE VISITAÇÃO: até 15 de setembro/8h às 17h

 

 

(DA REDAÇÃO, com informações da Assessoria)

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DIÁRIO DE BORDO NO JP

Vanessa Serra é jornalista. Ludovicense, filha de rosarienses.

Bacharel em Comunicação Social – habilitação Jornalismo, UFMA; com pós-graduação em Jornalismo Cultural, UFMA.

Atua como colunista cultural, assessora de comunicação, produtora e DJ. Participa da cena cultural do Estado desde meados dos anos 90.

Publica o Diário de Bordo, todas as quintas-feiras, na página 03, JP Turismo – Jornal Pequeno.

É criadora do “Vinil & Poesia” que envolve a realização de feira, saraus e produção fonográfica, tendo lançado a coletânea maranhense em LP Vinil e Poesia – Volume 01, disponível nas plataformas digitais. Projeto original e inovador, vencedor do Prêmio Papete 2020.

Durante a pandemia, criou também o “Alvorada – Paisagens e Memórias Sonoras”, inspirado nas tradições dos folguedos populares e lembranças musicais afetivas. O programa em set 100% vinil, apresentado ao ar livre, acontece nas manhãs de domingo, com transmissões ao vivo pelas redes sociais e Rádio Timbira.

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